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  • Caderno temático INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA
    Vol. 32 N.º 2 (2023)

    A intervenção comunitária, enquanto ação que visa uma mudança social planeada, fruto das necessidades identificadas ou sentidas por uma população local e enfrentadas com a sua participação, conheceu significativos avanços nos últimos anos, não só ao nível das suas teorias fundacionais, filosofias de ação ou modelos de intervenção preconizados, mas também ao nível das metodologias, estratégias e/ou técnicas implementadas. A melhoria das condições de vida e de convivência de uma dada comunidade configura um campo de ação e de reflexão de natureza transdisciplinar e multiprofissional que, não podendo prescindir de recursos humanos e materiais e de uma determinada rede de parcerias, mobiliza a própria comunidade enquanto protagonista do seu processo de emancipação e desenvolvimento coletivo. Ensaiando-se um percurso interrogativo, indaga-se:

    · Que mudanças ocorreram, nos últimos anos, no mundo, que justificam a emergência de novas abordagens teóricas e práticas de intervenção comunitária?

    · Que desafios epistemológicos enfrentam os agentes para (continuar) a articular teoria e prática na intervenção comunitária?

    · Que (novas) metodologias, métodos e estratégias de intervenção merecem ser destacadas na contemporaneidade?

    · Como articular, na intervenção comunitária, a tríade: comunidade, participação e desenvolvimento humano?

    · Que relações têm vindo a destacar-se na intervenção comunitária entre o trabalho comunitário, as organizações sociais e o desenvolvimento local?

    · Que (novas) competências são chamados e mobilizar os interventores sociais para enfrentar os desafios da realidade atual?

    · Que características encerram as políticas públicas potenciadoras ou, pelo contrário, inibidoras do desenvolvimento comunitário?

    Este caderno temático orienta-se para temas da intervenção comunitária numa perspetiva uni/inter/transdisciplinar (antropologia, psicologia, sociologia, educação/serviço social, entre outras), aplicados aos mais diversos âmbitos (escolar, social, cultural, económico, ambiental, da saúde, etc.), tendo em vista enfrentar desafios de inclusão, coesão e justiça social; de promoção da igualdade de género, de oportunidades de aprendizagem e de emprego; de participação cívica e política da comunidade; de reconhecimento e usufruto dos direitos humanos, entre outros desafios, com o objetivo de fazer face às necessidades dos mais variados sujeitos pessoais e coletivos.

  • Caderno Temático: Infância - Paz, sustentabilidade e inclusão
    Vol. 32 N.º 1 (2023)

    As discussões sobre o desenvolvimento sustentável, suscitado pelos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, assumem que as exigências do futuro ambiental do planeta estão associadas, também, à necessidade em superar as questões sociais que atingem as populações mundiais, como a erradicação da pobreza, a redução das desigualdades e a promoção dos Direitos Humanos. Neste âmbito, as políticas públicas para a comunidade educativa assumem-se como importantes eixos norteadores para articular as ações educativas em prol de um mundo mais sustentável, seja nos contextos regionais, nacionais ou internacionais.

    No sentido de promover partilhas, aprendizagens e (trans)formações multitemáticas sobre a Educação de Infância, interligados com os objetivos para o desenvolvimento sustentável, realizou-se o II Congresso Internacional do OFEI, em que os/as educadores/as foram convidados a refletir, a escrever e a divulgar teorias e práticas educativas associadas à Cultura e Educação de Paz, à Sustentabilidade (associada a fatores económicos, sociais e ambientais) e à Inclusão em Educação de Infância.

    Partilham-se quatro eixos estruturantes:

    1. Educadores/as de Infância: desenvolvimento profissional e conhecimento da profissão;

    2. Educação de Infância: entrelaçamentos com diferentes áreas do saber;

    3. Qualidade em Educação de Infância: organizações, atores, espaços, tempos, contextos e interações;

    4. Educação de Infância: desenvolvimento humano, consciência cívica e bem-estar.

    Editores temáticos

    Paula Pequito – Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti
    Ana Luísa Ferreira – Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti
    Ana Pinheiro – Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti| CIPAF | INED | OFEI
    Daniela Gonçalves – Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti
    Daniella Assemany – Universidade Federal do Rio de Janeiro | Grupo de Estudos e Pesquisas em Insubordinação Criativa  
    Elvira Sanchez –  Asociación Mundial de Educadores Infantiles  (AMEI-WAECE)
    Maria Jesús Víton – Universidade Autónoma de Madrid 

  • CadernoTemático:100 anos de Paulo Freire: práticas, aprendizagens e pesquisas
    Vol. 31 N.º 2 (2022)

    Caderno Temático: 100 anos de Paulo Freire: práticas, aprendizagens e pesquisas

    Editores Temáticos: Juliana Rodrigues, Universidade São Paulo (Brasil), José Luís Gonçalves, Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti (Portugal).

    As comemorações dos 100 anos do nascimento de Paulo Freire, em 2021, fazem-nos refletir sobre as suas memórias, a sua importância, o seu vasto legado de publicações e, especialmente, sobre a grande contribuição dos ensinamentos que ele deixou aos educadores e educadoras de todo o mundo.

    Partindo dos problemas sociais contemporâneos e do reconhecimento da educação como um direito humano fundamental para a emancipação dos educandos, para a transformação social e para construção de uma sociedade mais justa, a organização deste dossiê temático, da revista Saber & Educar, pretende chamar a atenção para dar a conhecer diferentes experiências no campo da educação que, de alguma forma, se fundamentem na perspetiva Freiriana, que revelem o desenvolvimento de ações e práticas educativas com foco na autonomia, na emancipação e no estímulo de uma leitura de mundo, seja no campo da educação formal, não formal e informal ou da educação social, e que envolvam crianças, jovens e adultos.

    Assim sendo, pretende-se estimular um diálogo científico entre autores da América Latina, de África e também da Europa que favoreça a apresentação de experiências e que problematize com rigor as contribuições de Paulo Freire para a educação e o desenvolvimento humano e social.

    Habita-nos a convicção de que o pensamento e ação educacionais Freirianos se evidenciam não só vivos e necessários mas, acima de tudo, bastante urgentes no início da terceira década do século XXI, época carente do pensamento libertador proporcionado pelo conhecimento ao serviço do bem comum, da solidariedade e da justiça, inspirando práticas educativas que façam frente à negação da ciência, ao individualismo e às ameaças ideológicas que, infelizmente, parecem assombrar a sociedade em diferentes continentes.

  • Caderno Temático: Novas formas de pensar, atuar e partilhar ciência
    Vol. 31 N.º 1 (2022)

    Caderno temático : Novas formas de pensar, atuar e partilhar ciência

    Editor Temático: Margarida Quinta e Costa, Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti

    O ensino e aprendizagem da ciência em contexto formal é importante para se obter uma perspetiva científica do mundo, indispensável a uma cidadania plena e responsável dos atuais alunos, fomentando a consciência cívica e evitando-se fundamentalismos de vária ordem.

    Os contextos não formais também contribuem para essa apropriação da literacia científica ou compreensão pública da ciência. Diversas instituições de investigação contribuem para a divulgação da ciência, junto dos alunos dos vários níveis de ensino, o que não desresponsabiliza o professor do seu papel de formador, de possibilitar, ao aluno, o contacto com os pressupostos da ciência, de contribuir para a investigação no ensino e aprendizagem das ciências experimentais e da transposição dos saberes científicos para o espaço escola.

    Em Portugal, o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória refere, como áreas a desenvolver, o saber científico e as atividades experimentais que mobilizam competências de compreensão e espírito crítico, criatividade e colaboração, planeamento e capacidade de decisão. Os resultados do estudo internacional PISA 2018 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), embora coloquem a avaliação média dos alunos portugueses em ciência abaixo dos resultados de 2015, reforçam a capacidade de reconhecer uma explicação correta para um fenómeno e identificar conclusões válidas. A visão do ensino experimental das ciências é mais ampla que a mera realização de atividades de manipulação de materiais ou cumprimento de um protocolo experimental, mas ainda temos de apostar na qualificação científica-pedagógica dos docentes e das escolas.

    Noutras latitudes, como na América Latina, por exemplo, têm sido desenvolvidos esforços de cooperação na formação de professores de ciências ou constituídos Clubes das Ciências tendo em vista a sua melhor qualificação e consequente alteração de práticas profissionais. Globalmente, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas é constituída por 17 Objetivos e a sua operacionalização requererá alunos-cidadãos cientificamente esclarecidos para acabar com a pobreza, proteger o planeta e garantir que até 2030 todas as pessoas desfrutem de paz e prosperidade.

    Neste volume da revista, pretendemos congregar uma série de artigos que contribuam para uma visão ampliada da ciência, reconhecendo a excelência dos professores, dos divulgadores de ciência e dos cientistas. No entanto, é nosso dever chegar a todos, no sentido de conseguirmos alunos mais esclarecidos que sustentam as suas decisões com o apoio de professores científica e pedagogicamente bem formados.

  • Caderno temático: O presente do futuro da Infância
    Vol. 30 N.º 1 (2021)

    Caderno temático: O presente do futuro da Infância

    Editores temáticos: Paula Pequito, Ana Cristina Pinheiro, Brigite Silva, Daniela Gonçalves, Irene Cortesão, Ivone Neves e Paula Medeiros, Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti.

    O desenvolvimento profissional é uma exigência incontornável e, por tal, torna-se necessário que esse processo seja capaz de gerar a transformação da prática dos educadores, enquanto corresponsáveis pela operacionalização do projeto educativo próprio de cada instituição, assim como “co-autores” do presente do futuro da Educação de Infância. A (re)configuração ou a transformação das práticas, por sua vez, impõe o recurso a estratégias que pressupõem o desenvolvimento eficaz e enriquecedor de processos de interação teórico-prática que potenciem a reflexão (sobre o que se faz, como se faz, porque se faz; quais os resultados do que se fez, porquê esses resultados e como fazer para os aperfeiçoar). Este novo modo de entender a prática docente assenta numa atitude de indagação, sustentado por referentes teóricos de análise, pela vontade de melhor conhecer e melhor agir e, ainda, pelo domínio das metodologias apropriadas.

    As exigências atuais no âmbito da Educação de Infância implicam uma procura de respostas a aspetos essenciais que se constituem como desafios ao exercício da profissionalidade, nomeadamente, a implicação dos diversos parceiros nas dinâmicas educativas, a diversidade de contextos institucionais em que decorre o ato educativo e as exigências da sua natureza comunicacional e intencional.

    A rede alargada de interações de que o educador é responsável: interação com crianças, famílias, outros profissionais, autoridades locais e comunitárias, exige um compromisso social e ético.

    Importa, neste âmbito, identificar práticas educacionais, projetos, investigações que (re)equacionam o presente do futuro da Educação de Infância, tendo em conta diversos questionamentos: Que conceções e dilemas na formação de educadores de infância? Que intervenientes/parceiros para a educação de infância? O futuro da educação de infância: que desafios? Que práticas estimulam a participação da criança e a cidadania ativa? Como conceber e implementar práticas e ambientes educativos diferenciadores? Como interpretar a 1.ª infância: cuidar/educar/brincar? Como concretizar a inovação pedagógica e as práticas inclusivas? E o locus da Educação de Infância: que limites? E o desenvolvimento e aprendizagem na Infância: que dinâmicas?

  • Escolas encerradas: Que educação em tempos de COVID-19?
    Vol. 29 N.º 1 (2020)

    A emergência inusitada da pandemia provocada pela Covid-19 tem-se vindo a traduzir em acentuadas disrupções sociais e económicas em todas as latitudes do globo. No âmbito da educação, a maioria dos países decidiu-se pelo encerramento temporário dos estabelecimentos escolares e a suspensão da frequência presencial dos alunos às aulas. Decorre dessa decisão que, em maio de 2020, se registavam, em todo o mundo, mais de 1,5 mil milhões de alunos fora dos estabelecimentos de ensino. Os países que encerraram as escolas encontraram formas muito diversificadas de dar continuidade aos processos de aprendizagem curriculares, promovendo, entre outras, modalidades de ensino online através de plataformas digitais, disponibilizando aulas através da televisão ou da rádio ou, ainda, recuperando as convencionais entregas de materiais didáticos em papel na casa dos alunos. Noutras latitudes, o ensino escolar ficou simplesmente interrompido.

    Encontrando-se no terreno um conjunto vasto de estudos a coligir dados a respeito do encerramento escolar (e.g. UNESCO Survey on National Education Responses to COVID-19 School Closure), parece já ser possível identificar alguns impactos que este fenómeno teve neste período sobre os vários agentes – alunos, docentes, famílias, comunidades, lideranças escolares – e retirar ilações sobre aspetos tão distintos como as práticas pedagógicas implementadas, as ferramentas digitais utilizadas e as competências adquiridas, a qualidade da relação educativa estabelecida, os processos de socialização promovidos, a liderança escolar exercida, as políticas educativas adotadas, as (des)igualdades sociais entre alunos, entre outros aspetos considerados pertinentes em todos os níveis de ensino.

    Perspetivando-se uma retoma gradual do ensino presencial na maioria dos países, importa fazer um balanço dos ganhos e das perdas alcançados neste período atípico vivido na educação e indagar sobre as aprendizagens feitas o que de melhor se deve, doravante, adotar. Com esse objetivo, o presente número 29 da Revista Saber & Educar é dedicado ao tema: “Escolas encerradas: que educação em tempos de Covid-19?” e pretende reunir um conjunto diversificado de contributos cientificamente sustentados que permita assinalar com rigor as marcas deixadas na educação desta nossa experiência coletiva extraordinária.